domingo, 8 de março de 2015

Fazer amor, fazer sexo, ou dar?




                                                                       

 

  Costumo dividir o sexo em três modelos distintos, acreditando que ao longo de nossa vida sexual podemos:
  -Fazer amor
  -Fazer sexo ou
  -Dar
 E confesso uma certa preferência por um deles...
  Todas tem seu lugar, podem ser igualmente deliciosas e cheias de prazer, mas para mim, cada uma delas tem suas particularidades! Deliciosas particularidades!
  Fazer amor é aquela coisinha gostosa, meladinha, onde rola elogios aos olhos, a boca, ao sorriso, alguns "você é linda", muitos "eu te amo", demoradas e variadas preliminares, onde esperamos abraços modelo tesão/afeto! É o ideal para fechar aqueles dias difíceis, quando nos sentimos meio carentes, por baixo! É nosso orgasmo fofo!
  O sexo pode ser menos docinho, mas igualmente delicioso! Os elogios ficam menos cuti-cuti, dá pra rolar um "gostosa", a cor dos olhos perde um pouco a importância dando lugar ao formato da bunda, o abraço pode se misturar com uns apertões e as preliminares podem se resumir a um oral muito bem feito. O prazer perde em açucar, mas não em qualidade! Afinal a carência aqui é de gozar e não de nos sentirmos amadas ou protegidas!
  Agora dar é outra coisa!
  Dar é mais eclético, mais democrático, mais sem saber o que vai ser! Dar pode ser desde a famosa rapidinha, de roupa e tudo, onde o máximo que a calcinha faz é dar uma afastadinha lateral básica só pra facilitar a passagem ou então um banquete completo! Horas de suor sem vírgulas!
  Dar é a urgência do corpo, que mesmo tendo tempo a sua disposição, precisa de tudo! Precisa experimentar, fazer, conhecer, descobrir, oferecer, precisa de bocas, mãos, saliva, cheiro, sons, de entrega sem julgamento, análise ou hipocrisia. Dar pode ser delicioso até com um desconhecido! Aliás, dar para um desconhecido pode ser ainda mais maravilhoso, afinal algumas mulheres dão aquela puxada padrão no freio de mão com seus queridos quando o assunto é sexo, o que é uma sacanagem, muitos queridos ainda são tão cheios de mimimi, que as mulheres acham mais seguro manter suas taras bem escondidinhas! Assim, pode ser mais fácil soltar seus bichos com um desconhecido, ele não vai julgar, nem analisar nada, só aproveitar e muito!
  Deixar rolar um bom e firme puxão de cabelos, deixar rolar bom explicar, nada do sujeito sair puxando cabelo do nada por favor, se estiver de quatro melhor ainda, uma boa dose de obscenidades e elogios que sua mãe não aprovaria! Receba, acate e dê algumas ordens, acredite que tapas nem sempre doem, use a entrada social, a de serviço, arrisque conhecer a entrada de serviço dele, convide mais alguém para a festa, troque o "não", pelo "por que não?". Sem frescuras, nojinhos ou preconceitos.
  Deixe para fazer amor depois! 
  Dar é a urgência do gozo e o melhor é aproveitar!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Oralmente falando...

  

                                                 


  Confesso que me assusto um pouquinho quando ouço uma mulher comentar que não curte muito um oral. Receber, porque fazer, já daria outro texto! E texto de mais fácil compreensão para mim confesso!
  Mas afinal, se o número de mulheres que só conseguem atingir o orgasmo com a estimulação do clitóris é tão grande, qual o problema então com um oralsinho bem feito, se esta pode ser uma estimulação deliciosa?
  Cada um no seu quadradinho, mas pra mim, a primeira dificuldade começa com o próprio local a ser estimulado: xoxotas complexadas!
  Já ouvi amigas dizendo que acham as suas grandes demais, com lábios desproporcionais, que tem medo de serem mal cheirosas, terem gosto esquisito, que sentem nojo só de pensar nisso, que depois quase vomitam quando o sujeito na sequência quer dar beijo na boca, etc, etc...
  Concordo que o quesito aparência pode ter seu valor, afinal, não é a parte mais bonita da anatomia feminina, mas tem lá sua própria beleza! Beleza  esta que algumas revistas quando publicam fotos das distintas, usam tanto fotosexshop, que dai fica fácil compreender as inseguranças, afinal  são capazes de transformar bucetas em  top model! 
  Mas convenhamos, pinto por  acaso é lindo? Quando começamos o serviço com ele em fase de repouso então, socorro! Aquela coisa semi mole, semi enrugada, carregando duas bolsinhas sinistras, meio flácidas e frias, alguns com uns pelos aqui outros acolá, outros parecendo barba de terrorista e ficamos ali, firmes e fortes, até transforma-los em algo bem mais robusto, porém não menos feio! Qual a lógica então do complexo de xoxota? Ela ao menos não passa por um processo de metamorfose durante a prática, no máximo encharca um pouco, ou muito, dependendo a eficiência do serviço prestado! Portanto, desencana se ela é gordinha ou desigual! O sujeito que gostar de estar ali, nem vai notar isso!
  O gosto é outra neura feminina! 
  Primeiro: quem vai colocar a boca lá afinal? Você ou ele? E se ele colocou sem frescura, relaxa, tem muito homem que curte o gosto de xoxota! Não quer saber de beijar depois? Ocupe sua boca com outra coisa, tenho certeza que ele não vai achar nem um pouco ruim!
  Cheiro, óbvio que ela tem seu cheirinho característico, mas isso está longe de ser mal cheiro! Pelo menos se você estiver limpinha e com a saúde intima em dia! Mas você pode ficar mais confortável se não arriscar um oral depois que sair da academia, ou até usar um creminho ou gel íntimo, daqueles com aroma ou sabor, evite somente os de uso interno porque pode rolar uma irritação e isso não seria legal!
  Sinceramente não acho que todo homem ame fazer um oral na sua parceira, afinal, cada um com seu cada um! Já ouvi alguns confessarem um certo nojinho de chegar lá, mesmo sabendo que não sentiam nojinho nenhum no caminho inverso! 
  Agora, se você tem ao seu lado um sujeito que nem se importa de perder o ar, nem sentir câimbra na língua, aproveite, se entregue, se lambuze, vire os olhos!
  Vale até escolher uma posição que te deixe mais confortável, se quer dominar a situação ou apenas deixar rolar, não importa! 
  Se o sujeito está afim de suar a língua, o melhor a fazer é deixar! 
  Em círculos, em oito, chupando, lambendo, com gelo, sem gelo, cada mulher prefere de um jeito, cada sexo pede um jeito, então, relaxe e aproveite!
  É na prática que se pode alcançar a perfeição e de quebra, até alcançar o céu!



sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Quando gente vira história

                                                                       

  
  Quando é que gente vira história?
  Quando a saudade fica adulta, deixando para trás a impulsividade da adolescência.
  Quando as músicas param de te perseguir e todos os filmes param de contar sobre vocês.
  Quando na euforia da boa notícia, a necessidade de compartilhar, dá lugar aquela certeza serena de que ele ficaria feliz se soubesse e seu coração se aquieta confortável.
  Quando o "mas que merda, nunca não vai haver outro como ele" é substituído  pela gratidão e compreensão por tudo que viveram juntos.
  Quando a inquietude do querer mais, se transforma no acolhimento silencioso de que compartilharam e concluíram tudo o que lhes era permitido, necessário e verdadeiro.
  Quando percebe que o tempo passou, a dor suavizou e já construiu a nova rotina.
  E ele continuará ali,  hoje é parte de você, impossível mudar isso.
  Mas a lembrança já deixou de ser lágrima e agora só arranca sorrisos.
  Afinal,  tudo valeu a pena, e essa se torna a sua melhor saudade!



sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Pegging - Deliciosamente invertidos


                                                                             

                                                                                    


Pegging
  "...O machão jamais se permitirá ou reconhecerá que 'lá' pode ser agradável ou mesmo que ele - o rabo - faça parte do orgasmo" , já observava o polêmico psiquiatra Gaiarsa.
  Para quem ainda não conhece, Pegging é a palavra em inglês para a inversão de papéis, o que num bom e claro português pode ser resumido da seguinte forma: você vai colocar seu querido de quatro e come-lo!
  Esquisito?Estranho?Absurdo?..Pois saiba que para um número imenso de casais a prática é mega comum!
  Claro que ainda rola muito preconceito, ainda é um tabu para muitos homens ou você por acaso ouve numa roda de meninos algum comentando que adora um fio terra?
  Consegue imaginar numa conversa masculina, enquanto um conta que deu 3 sem tirar de dentro, outro comentar que foi ao delírio quando estava sendo chupado e a mulher foi chupando seu saco, descendo mais um pouquinho, lambeu sua área de serviço, depois o colocou de quatro e delicadamente introduziu um (talvez dois...) dedinhos ali?? Conseguiu imaginar? Óbvio que não!
  Isso nunca aconteceria!
  A relação "ser homem e não mexe no meu cú" é super estreita e fiel! Homem que é homem não tem prazer no seu cuzinho, tem sua entrada de serviço intocável, morrendo de medo de ser chamado de gay!
  Pura burrice! Todo mundo já leu ou ouviu em algum lugar que a região do ânus é super erógena e que isso não tem nada de homossexualidade! Ser gay é bem mais do que apenas gostar de ser comido!
  O prazer de um homem ao ser penetrado pode ser múltiplo! O estímulo próximo a próstata proporciona um prazer imenso, sem a neurose do preconceito! E para nós mulheres o prazer psicológico de sermos nós a estarmos comendo, dominando, possuindo, pode ser uma descoberta deliciosa!
 Mas  vamos combinar que não dá pra sair por ai introduzindo o dedo no verso do fofo numa primeira noite! Esta é uma brincadeira que pra ser divertida tem que, como qualquer uma, ser da vontade de ambos e o sujeito tem que ser super de boa, cabeça bem resolvida, maduro, senão entra na vibe das indagações sobre a própria sexualidade!
  Vou contar minha primeira experiência na brincadeira, que confesso, acho deliciosa!
  Eu já tinha lido, ouvido relatos de amigas, alguns assustados, outros bastante prazerosos, mas ainda não tinha encontrado o homem certo para isso! Até que me envolvi com um deliciosamente bem resolvido, sem vírgulas, cheio de imaginação, disposição e vontade! Perfeito!
  As coisas simplesmente aconteciam, sem combinação, sem análise, sem julgamento e sem vergonha nenhuma, nunca! Um dia, sem falar nada, um boquete básico, simples, ele de pé eu ajoelhada, ele simplesmente pegou meu dedo, levou a boca dele, lambeu e o colocou delicadamente na sua área da serviço! Confesso que foi uma das maiores e mais deliciosas gozadas que já vi em um homem! Amei!
  Tudo bem, entendo que para a maioria dos homens a inversão, ou somente o fio terra, pode parecer absurdo, coisa de mulher, impossível de ser admitida! Afinal a sensação de ser penetrado, de ficar de quatro parece submissão demais para o macho da relação! (faço sexo de quatro e nunca me senti submissa..rs). 
  Burrice pensar nesta coisa de dominador/dominado na hora do sexo, a menos que faça parte do jogo! No sexo o que vale é se divertir, deixar rolar, sentir e dar prazer! O resto é só o resto mesmo!
  Uma dica? Comece de leve! Durante aquela chupadinha trivial do dia a dia mesmo, vá descendo a língua, se aproximando da área que interessa (apenas certifique de estar limpinha..rs) e observe a reação dele! Se as perninhas forem se abrindo levemente, bom sinal, siga em frente! Se ele deixar a língua passear pela região, acredite, as chances de recuar depois de algumas boas lambidas estão praticamente extintas!
  Dai minha querida, da língua pro dedo, é apenas uma questão de dedo mesmo e do dedo pra um brinquedinho é só uma questão de jeitinho ou de lambidinhas...
  Acredite, tem muito mais homens que curtem a pratica do que você imagina e se o seu deixar rolar  sinta-se lisonjeada: nesse mundinho cheio de neuras sexuais, o sujeito ficar de quatro pra sua amada é uma puta demonstração de confiança, além claro de ser muito bem resolvido com a própria masculinidade!
  E novamente citando Gaiarsa: "Alguns mais atrevidos, descobrem que, se ele {o ânus} puder participar as coisas ficam até mais coloridas, mas não conte a ninguém que um dedo lá pode aumentar o colorido..."
 Portanto, relaxa, aproveita e vamos colorir a vida!




sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Marido panetone

  




 Afinal, o "marido panetone", é panetone mesmo, ou está apenas fingindo pra esposa?

  Pra quem não sabe, marido panetone é aquele marido modelo "isso eu não gosto, aquilo eu não faço, não me peça isso, onde foi que você aprendeu estas coisas"? Podem até ser gostosinhos, satisfazer, ter sabor, mas são cheios de coisinhas, igual  um panetone!
  Tolice pensar que todos os homens são máquinas de sexo e topam qualquer parada! Claro que não! Tem homem que o máximo da luxúria para ele será um papai-e-mamãe de luz acesa, desde que não tire as meias!
  Claro, gosto não se discute, no sexo, no máximo se lamenta! Nem todos precisam gostar de tudo, ainda bem! Mas tem alguns exemplares que extrapolam um pouco a noção! E já ouvi algumas histórias bem inusitadas neste sentido! 
  O marido de uma amiga uma vez, no meio do aquecimento, simplesmente puxou o freio de mão e pediu pra parar só porque a mulher resolveu descer a mão pra entrada de serviço dele, bem de leve, na sutileza! Que culpa ela tinha se o fofo em questão tinha um bumbum mega apetitoso?
  O cara desarmou e simplesmente pediu pra parar a festa toda, no tipo desligar a música e recolher as bebidas mesmo!
  Outro, depois de anos insistindo em usar a entrada de serviço da mulher, quando ela resolver facilitar e docemente oferecer o verso no aniversário do fofo, ao amanhecer, depois de uma noite mega quente, o sujeito simplesmente perguntou onde ela tinha aprendido a fazer tudo o que tinha feito, afinal não havia se comportado como sua esposa, como uma mãe de família! Hã ? Mãe precisa ter modos pra dar, é isso mesmo?
  Um terceiro, um dia deparou no seu trabalho com 2 mulheres de beijando e resolveu contar a esposa demonstrando nojo e indignação, dizendo que achou tudo muito absurdo!
  O que era absurdo? As duas cometerem a ousadia de se beijar sem convida-lo pra brincadeira eu acho!
  Marido panetone é aquele que se comporta como regras demais na cama, com coisinhas demais! Pode até ter alguns ímpetos de paixão, mas serão quase sempre cheio de limites e vírgulas!
  Nada de brinquedinhos, de uma terceira convidada, de um passeio na sua área de serviço, de um tapinha de leve ou puxão de cabelo...nada de inventar moda porque ele vai querer saber onde aprendeu aquilo!
  Que tédio!
  No fundo, no fundo, sempre acho que o marido panetone só é panetone em casa e sabe-se lá porque! Pode ser porque acha a mulher é sagrada, porque acha que é feio fazer certas coisas com a mãe dos seus filhos, porque teve uma educação repressora,  porque não quer que a esposa pense que é um tarado,...vai saber...
  O que sei é que respeitando os gostos e predileções sexuais de cada um, sempre fico  pensando que o marido panetone, fora de casa quer mesmo é uma ceia inteira!



terça-feira, 16 de setembro de 2014

O que dá quando uma mulher não dá!

  Todo mundo conhece ou já conheceu uma assim e nem adianta tentar me excomungar! Amiga no atraso, todo mundo já teve a sua e reclamou dela!
  Os sintomas podem variar, mas invariavelmente elas vão nos enlouquecer! 
Sem machismos, feminismos, achismos, a real é que sexo faz uma puta falta na vida de qualquer pessoa abaixo dos 80 anos! (?)
  Dai você pega uma criatura ali na casa dos 30, 40, 50 anos, que não dá umazinha há séculos e não é por escolha, tipo "vou dar um tempo nesse papo de sexo", é por falta de escolha mesmo, ou por escolher demais, enfim, o que importa são os efeitos disso, dessa abstinência sexual forçada e nem vem com essa de que está sem dar porque não encontra um sujeito a altura! Conversa fiada! Pra sexo é tranquilo encontrar gente a altura!
                                                              
    

  E dai começa a neura toda! 

  Claro que encontrar um cara que queira apenas uma rapidinha é mega fácil, a menos que a amiga em questão tenha um atraso higiênico, o problema é que a pessoa quer além de um "pau limpinho, cheirosinho, rosadinho, que funcione bem, também vai querer uma dose de romance, outra de carinho, uma de inteligência, bom humor, etc, etc...". 
  Difícil amiga, isso é relacionamento e pra baixar a fissura, basta sexo mesmo!
  Estamos falando de sexo e não do Minha Casa, Minha Vida juntos!
  Pra sexo, basta uma boa dose de tesão, uma química ainda melhor e deixar rolar! O que vier depois será lucro!
  Mas a pessoa insiste em querer mais logo na entrada, dai não rola e quem paga o pato somos nós, as amigas!
  E segura! Elas empunham uma caneca, uma xícara, cheia de qualquer coisa que aqueça o corpo, ou um copo com algo que resfrie a colega em perigo e destilam chatices!
  Implicam com o tempo, o chuva que é muito molhada, o vento que balança as plantas, o sol que está ardendo, cismam que a cor do uniforme da seleção de rugby da Sérvia não é adequado , que a filha da vizinha precisa de aparelho ortodôntico, que a bromélia está murchando (aqui no caso a bromélia é a flor mesmo..), que o salário está baixo, a vida cara, a comida sem tempero, o vinho ruim, a cerveja quente, o cliente errado, etc....etc....etc..
  É uma sucessão de reclamações, de queixas, de calores, críticas, opiniões não pedidas, poucos sorrisos, muitos resmungos, oscilações de humor e muita vontade de dar represada!
  Respira e compra logo um rabbit para ela, já que dar está difícil! 
  Ele não vai falar obscenidades no ouvido, mas já dará uma mãozinha e tanto! (e a mãozinha também pode ser um mega auxílio...)
MM

E quem é o grande amor dessa vida mesmo?

                                                                                           

   E hoje numa conversa um tanto careta com algumas amigas, ouvi a mais romântica das indagações femininas: “quem foi o grande amor da sua vida?”.
  Uma desses amigas, daquele modelo que a gente divide até a alma, se adiantou e respondeu por mim:”claro que um casal tão super como você e seu marido, só pode ter sido ele, claro!”.
  Claro, pensei, claro que não!
  O grande amor da minha vida foi aquele me  atropelou devagarzinho quando eu me encontrava confortavelmente casada já há alguns anos, aquele que chegou sem fazer barulho nenhum e foi invadindo meus espaços, minha vida e quando eu percebi já era parte de mim. Foi aquele que compartilhei os últimos 7 anos de maneira clandestina, escondida, que  nunca pude conhecer a mãe, embora comesse as bananas passas que ela fazia pra mim sem saber! Foi aquele o qual não tive o direito a um cinema,  mas sabia de cor os filmes que amava, a jantar em um restaurante bacana ou a experimentar os pratos que preparava, mas que eu sabia que detestava manteiga e tinha aprendido comigo a comer arroz integral e me ensinado a preparar arroz com linguiça e macarrão, assim, tudo junto e misturado! Esquisito? Claro que não! Foi o grande amor da minha vida quem me ensinou! 
  O grande amor da minha vida foi aquele que me foi permitido tão poucos dias nestes muitos dias destes 7 anos, mas que fez cada um destes dias ser  de entrega, de verdade e um amor que eu nem sabia que existia! Foi aquele que me olhava como se estivesse apenas revisitando minha alma porque já a conhecia há séculos, foi aquele que toda vez que me abraçava me fazia ter a certeza que era ali meu lugar no mundo, no seu abraço. Foi aquele que me mostrou o beijo mais perfeito, o sexo mais inteiro, sem frescuras, sem freio ou vírgula, onde tudo podia, bastava querer e sempre queríamos! Foi aquele que me ofereceu o corpo, a alma, seus medos, seus sonhos, assim, só se deixando mostrar, se deixando ver e nos sentíamos tão próximos que por vezes era difícil acreditar nos rótulos, nos conceitos ou preconceitos. 
  Foi aquele que não construí nada junto, não adquirimos bens ou prestações, não criamos um cachorro, não discutimos nosso imposto de renda, nem tivemos filhos juntos, embora estes teriam sido lindos! Só o que construímos foi a nossa própria história, que teve omissão  e inverdades com alguns, mas que para nós foi feita de verdade, de admiração, paixão e todo amor do mundo! Foi este o grande amor da minha vida! Sem a benção dos homens, sem o sobrenome, de rótulo feio, mas que foi inteiro de viver e esta tatuado em mim, pele e alma!
  -Então, foi sim, foi meu marido o grande amor da minha vida - respondi rapidamente.
  Melhor guardar você só pra mim mesmo!